Ideias, Reflexões e Especulações
Suficientemente bons: desafiando a tirania da excelência
A obsessão pela excelência está a tornar-nos menos excelentes. Ao perseguirmos incessantemente a perfeição, perdemos de vista o que realmente importa: a capacidade de aprender, crescer e contribuir de forma significativa para o mundo. E se, em vez de tentarmos ser perfeitos, nos focássemos em ser 'suficientemente bons'?
Da demonização do tédio e do ócio à sacralização do entretenimento e da produtividade
Numa sociedade obcecada com a produtividade, será que sabemos realmente parar? As férias tornaram-se numa maratona de actividades e partilhas nas redes sociais. Parece que temos de provar ao mundo (e a nós próprios) que estamos a aproveitar o nosso tempo livre. Mas estaremos realmente a viver, ou apenas a desempenhar uma versão hiperactiva do descanso? E se, em vez de procurarmos novas fórmulas para viver, questionássemos a própria necessidade de fórmulas?
On the Beauty of Distraction
Some distractions are meaningful and productive, just as certain objects hardly deserve the attention we give them. Perhaps you’re envy-scrolling on Instagram when you hear a strange chirp overhead and find yourself marveling at the sight of a violet-backed starling. In that instant, a negative attention transforms into a beautiful distraction.
Planear é adivinhar
A intuição e as capacidades de dedução e de inferência são falíveis. Por outro lado, são precisamente estas características que nos permitem avançar, criar e imaginar cenários futuros que, ora nos assustam, ora nos inspiram e entusiasmam.
Sobre o valor da conversa
Quanto vale uma conversa? E quanto custa? As expressões “as boas conversas não têm preço” ou “as conversas têm valor incalculável” podem bem enquadrar-se no conceito de profundidadezinha do filósofo Daniel Dennett. Aprofundemos.
Ghosting comercial: uma reflexão sobre o estado a que chegámos
Uma tese, uma antítese e uma síntese sobre as razões que levam que o ghosting em contexto profissional exista e, aparentemente, esteja em crescimento.
Ver com clareza aleija, por isso vê-se turvo
A auto-ajuda é sempre um convite à submissão do pensamento próprio, do pensamento crítico, ao pensamento e à experiência de outro. O pensamento crítico é o exercício de pôr em causa o pensamento próprio. Só depois disso se deve sequer pensar em orientar a atenção para um pensamento de outrem.
Regressar ou não regressar? Será esta a questão?
Regressar ou não regressar? Controlo ou liberdade? Rigidez ou flexibilidade? Tradicionalismo cego ou progressismo ingénuo? Uma reflexão sobre o que limita a qualidade das perguntas com que nos entretemos.
Uma perspectiva sobre sustentabilidade
É conveniente fechar ou, pelo menos, semicerrar os olhos aos problemas que existem à nossa volta e ao nosso próprio contributo. Por vezes, dá jeito não ver a realidade com clareza, não vá deixar-nos deprimidos ou dar-nos ainda mais trabalho.
Atentemos ao que se presta atenção e aprendamos a distrair-nos melhor
Quando nos sentimos sós, entediados, zangados, frustados, preocupados, distraímo-nos com o ecrã reluzente que está mais acessível, que nos mostra coisas muitas vezes irrelevantes. Distraímo-nos com distrações. Distraiamo-nos melhor.
Ainda agora aqui cheguei
Percebo e reconheço que há um antes e um depois de me ter juntado à Way Beyond. O que ficou para trás recordo como uma escalada até ao pico de uma montanha. A prova dura da vida em que, para nos tornarmos grandes, aos nossos olhos, sentimo-nos tantas vezes pequenos. O que veio depois é como um mergulho no oceano.
A (triste) história do chatbot que me conhece melhor do que a minha mãe
As máquinas já nos livraram de muitos trabalhos pesados e facilitam-nos a vida em tantos outros. Quão melhor está a nossa vida? O que fizemos com esta (suposta) evolução? Criámos novos problemas, em vez de resolver outros, importantes e de persistência evitável. Que problemas estaremos a desatender porquanto se agrava a miopia provocada pelo nosso deslumbramento?
Devolvam-me as minhas dificuldades
Tenham a gentileza de me devolver as minhas dificuldades para que eu possa escolher livremente os meus desafios.
Adivinhações pouco prováveis de se concretizar
Resolvamos o problema da “carga de trabalho”; mais conversas e menos reuniões; assumamos uma perspetiva orgânica e não mecânica/matemática de crescimento; abulemos as chefias intermédias; definamos e defendamos causas, em vez de propósitos; deixemo-nos de tretas.
Não, isto não é normal
Toda a gente, de repente, tem algo de especial a dizer sobre assuntos importantes e o que há a dizer tem de ser dito com pressa, para se chegar primeiro. As pressas são inimigas da escuta, da observação, da introspecção e da reflexão, que são os ingredientes da ponderação, da sensatez e da consideração. As boas conversações também se fazem sem pressa.
Heráclito, a resiliência e a Diretora Financeira
Nas nossas redes humanas uma pessoa pode contribuir para que outra supere as suas adversidades, vendo-se a si própria de outro modo.
Os vendedores de vendas
Os vendidos são os incapazes de ver a falsidade das suas verdades absolutas e indeléveis. São os que se cegam pela necessidade tornada crença de estarem sempre certos. Estes são os que acumulam verdades sem nunca se entregarem à possibilidade de estarem errados.
Nem bom senso, nem consenso
Sobre este nosso mundo actual, que evidencia não estar a seguir o melhor curso, por nossa causa, sobretudo, é fácil argumentar que falta tanto bom senso como consenso. Apesar disso, nenhum dos conceitos nos levará para melhores caminhos. Tanto a causa como a solução poderão residir no senso comum.